"...Duas íris brilhavam ao calor de um abraço etéreo.
Eram raras matizes de um céu confortante.
Existiam.
Ali, tão perto, ao alcance do pensamento.
Um toque sereno e um sorriso incólume,
abrigou um coração pálido e inquieto.
Existiam.
Encaixavam-se como à todos os elementos em gotas.
Dois corpos. Duas vidas. Dois amores. Poucos Dias.
Existiam..."
.
Entre um céu que não lhe pertencia,
voltou-se [novamente] ao piano.
De um outono vívido, restaram-lhe reminiscências.
De uma melodia inacabada, a saudade de um existência.
Ainda podia ouvir aquele sorriso enaltecedor.
E do desejo que pulsava...
...de um velho coração pálido e quieto.
De solidez se desfez em solidão.
Restou-lhe uma janela de sensações e
um olhar adormecido em cores vivas.
.
Existiram.
.
Perdeu-se no olhar aquecido,
de quem tem vida urgente,
das canções insurgentes,
de um doce carnaval.
Perdeu-se em outrora,
de uma doce efusão
que se ergue em dia cálido,
devagar, sereno e calmo.
Saltou fora, flocos de neve,
de um coração em febre.
Buscando um novo olhar,
de quem dímere disposto.
'Um bem-estar'.
Era um corpo,
escondido permanente,
de quem tem muito.
Muito mais que de repente,
quando muda o mundo.
E o carnaval...
derreteu-se inebrio?
- Como que numa canção
quebrada: "no fun my baby no fun"(...).