Porque nem toda poesia
será feita de nobreza e
definições,
nem de romantismo
e nem de paixões.
.
Porque nem toda morna esquina
será um refúgio em deserto
a solidão,
da espera de outro alguém,
no meio da multidão.
.
Porque nem toda falácia
de uma escrita exasperante,
será com razão e
comoção.
Talvez,
porque nem mesmo
ouvirão.
.
Porque nem sonar,
nem ressoar
sem respirar.
.
Porque sem reforçar
o que vos digo,
não terás perigo à dois.
.
Porque inerente a mim
verás o mais belo,
desejado e
quente.
Terás completo,
o que seu corpo reclama
e sente.
.
Porque há de transcender
de modo inesperado e
confluente
um amor portuário
condescendente.
"...Duas íris brilhavam ao calor de um abraço etéreo.
Eram raras matizes de um céu confortante.
Existiam.
Ali, tão perto, ao alcance do pensamento.
Um toque sereno e um sorriso incólume,
abrigou um coração pálido e inquieto.
Existiam.
Encaixavam-se como à todos os elementos em gotas.
Dois corpos. Duas vidas. Dois amores. Poucos Dias.
Existiam..."
.
Entre um céu que não lhe pertencia,
voltou-se [novamente] ao piano.
De um outono vívido, restaram-lhe reminiscências.
De uma melodia inacabada, a saudade de um existência.
Ainda podia ouvir aquele sorriso enaltecedor.
E do desejo que pulsava...
...de um velho coração pálido e quieto.
De solidez se desfez em solidão.
Restou-lhe uma janela de sensações e
um olhar adormecido em cores vivas.
.
Existiram.
.
Perdeu-se no olhar aquecido,
de quem tem vida urgente,
das canções insurgentes,
de um doce carnaval.
Perdeu-se em outrora,
de uma doce efusão
que se ergue em dia cálido,
devagar, sereno e calmo.
Saltou fora, flocos de neve,
de um coração em febre.
Buscando um novo olhar,
de quem dímere disposto.
'Um bem-estar'.
Era um corpo,
escondido permanente,
de quem tem muito.
Muito mais que de repente,
quando muda o mundo.
E o carnaval...
derreteu-se inebrio?
- Como que numa canção
quebrada: "no fun my baby no fun"(...).